Como o pediatra sabe se o refluxo do meu bebê é normal?

Nas primeiras semanas de vida, muitos bebês normais regurgitam uma ou mais vezes por dia, pouco tempo após a alimentação. A regurgitação fisiológica, normal, ocorre quando a criança não apresenta outros sintomas, a evolução do ganho de peso é normal e a diminuição gradativa das regurgitações ocorre ao longo do tempo, cessando por volta dos sete a oito meses de idade.

A abordagem diagnóstica do lactente com queixa de regurgitações freqüentes deve ser realizada, inicialmente, verificando-se a experiência materna com a alimentação do bebê. Em seguida, procura-se identificar, pela história e observação da amamentação da criança durante a consulta, se as seguintes situações, que podem causar regurgitação e vômitos, estão presentes: (1) aquelas que favorecem a ingestão excessiva de ar antes ou durante as mamadas como choro intenso, ou orifício do bico da mamadeira muito grande ou muito pequeno; (2) se o lactente em aleitamento artificial, especialmente no primeiro mês de vida, recebe excesso de leite em cada mamada; (3) se a criança é muito manipulada após as mamadas e (4) se o bebê não é colocado para arrotar após as mamadas. Durante os primeiros seis meses de vida, a criança respira durante a sucção e, conseqüentemente, ocorre preenchimento da orofaringe com ar, o qual é levado junto com o alimento para o esôfago e estômago. Esse fato explica a necessidade da criança de arrotar, sendo necessário mantê-la alguns minutos levantada, na posição vertical, após as mamadas. Se a criança é colocada na posição deitada imediatamente após ter mamado, a expulsão do ar por meio do arroto pode causar regurgitação do leite. Esse padrão geralmente cessa a partir dos seis meses de idade, quando a respiração e a sucção passam a ocorrer de forma alternada.

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