Meu filho está com febre. E agora?

Febre não é uma doença, é um sintoma que expressa uma defesa do organismo e é caracterizado pela elevação da temperatura do corpo (temperatura axilar acima de 37,3° C) e que ocorre com TODAS as crianças do mundo.

O medo da febre poder prejudicar o filho faz com que as mães travem uma verdadeira batalha para combatê-la: medicamentos, banhos, compressas de álcool ou água, medidas frequentes da temperatura, uso de antibióticos, ida desenfreada para os pronto-socorros onde a mãe encontrará dezenas de outras mães, igualmente desesperadas e quase sempre sem pediatra. No pronto-socorro, a possibilidade de realização de exames desnecessários e de uso de medicamentos indevidos é maior.

Hoje os pais estão tão inseguros (sem pediatras de referência, disponíveis e que realmente ajudam seus clientes) que correm ao pronto-socorro na primeira febre para que seus filhos sejam salv…

Febre porquê?

As temperaturas mais elevadas estimulam nossas defesas que atuam de forma mais eficaz e diminuem a reprodução de virus e bactérias. Portanto, ela é útil e indica que o nosso sistema imunológico está trabalhando.

A febre é uma reação principalmente a doenças infecciosas (mas nem sempre). E infecção não é sinônimo de antibiótico ou de doença grave. A maioria das infecções na criança menor de 3 anos são ocasionadas por vírus, não são graves e não necessitam de antibióticos.

Como ocorre a febre?

O organismo mantém sua temperatura regulada através de uma espécie de termostato. Este faz de tudo para buscar o equilíbrio da nossa temperatura. Se estamos em um ambiente frio, por exemplo, nosso corpo faz de tudo para aumentar a temperatura: abalos musculares (tremores, calafrios) e ereção de pelos.

Na febre, o termostato é reajustado para um nível superior pela ação de partículas infecciosas e do nosso próprio sistema de defesa.

Com qual temperatura pode haver convulsão?

Não é qualquer criança que com febre elevada que terá convulsão.

Algumas informações são importantes para tranquilizar os pais:

  1. A convulsão febril ocorre apenas em crianças geneticamente predispostas, com idade de seis meses a cinco anos (cerca de 3% das crianças). Portanto, a grande maioria das crianças não terá convulsão febril, mesmo em altas temperaturas.
  2. As convulsões febris não acarretam risco de lesão cerebral.
  3. A convulsão febril não causa epilepsia. Quando esta ocorre é porque a criança já está geneticamente predisposta.
  4. Não ocorre diminuição do QI na criança que tem convulsão febril.
  5. A convulsão febril assusta e muito os pais, mas NÃO leva a sequelas.

Como saber quando se preocupar?

Em primeiro lugar, você deve ligar para o pediatra, que lhe fará algumas perguntas e, dependendo da idade da criança e de seu histórico, indicará o que deve ser feito.

Uma boa dica é observar como a criança fica no momento que está sem a febre. É habitual que no momento da febre ocorra aumento da frequência cardíaca, da frequência respiratória, mudança da cor da pele, dores no corpo, vômitos, irritabilidade ou sonolência. Assim, o momento da febre não é muito bom para avaliar o estado da criança. Os pais em geral supervalorizam este momento e correm para os pronto-socorros, enquanto o ideal é observar como a criança fica no período afebril.

Se a criança afebril mantém irritabilidade, sonolência, respiração ofegante, abatimento e gemência, então deve-se procurar o pediatra imediatamente.

Isto é MUITO mais importante que o grau da febre, o qual NÃO está relacionado à gravidade da doença.

Será que pode ser o dente nascendo?

É pouco provável que o nascimento de dentes gere febre. O mais importante é que no momento da febre não há como NENHUM médico do mundo dizer com certeza que a febre é ocasionada pelos dentes, pois não se sabe o que poderá surgir a seguir.

Tenha um bom pediatra e consulte-o sempre para mais informações sobre como lidar com a febre do seu filho.

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