Refluxo gastroesofágico: o que é e como tratá-lo em bebês?
Publicado em 20 de setembro de 2019Um fato importante sobre bebês? Eles regurgitam! Então sim, é normal que, principalmente após as refeições (ainda mais na fase de aleitamento), eles apresentem retorno de um pouco daquilo que acabaram de ingerir e até alguns episódios de vômitos. Esse processo recebe o nome de refluxo gastroesofágico e, na maioria dos casos, é inofensivo.
Porém, quando esse vômito se torna frequente e, por isso, associa-se a fatores como desconforto persistente, dificuldade de alimentação ou perda de peso, o quadro pode ser mais sério. Nestes casos, ele recebe o nome de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).
Nossa proposta, hoje, é fazer com que você:
- entenda esses dois quadros;
- aprenda a identificá-los em seu pequeno;
- saiba o que fazer caso qualquer um deles ocorra.
Vamos lá?
O que você precisa saber sobre o refluxo gastroesofágico?
O termo “gastroesofágico” se refere ao estômago e esôfago. Já “refluxo” significa retorno de algo. Portanto, o refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago.
Na digestão normal, o esfíncter esofágico inferior (válvula localizada entre o esôfago e o estômago) se abre para que o alimento passe para o estômago, e depois se fecha para evitar que ele, assim como o suco gástrico, retorne ao esôfago.
O refluxo gastroesofágico ocorre, então, quando essa válvula está fraca ou ineficiente, permitindo que o conteúdo do estômago reflua para o esôfago. Também ocorre quando a movimentação desse tubo digestivo está alterada, quando existe algum outro fator que possa interferir nesse trajeto do alimento até o estômago. Da mesma forma, a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) se instala quando esse processo se torna frequente e, por isso, danoso à saúde da criança.
O que causa o refluxo gastroesofágico em bebês e crianças?
Na maioria das vezes, o refluxo em bebês é provocado por um trato gastrointestinal mal coordenado. A boa notícia é: muitos pacientes que possuem esse “distúrbio” são saudáveis e se curam naturalmente.
Isso acontece porque, na maioria dos casos, esse quadro está associado ao desenvolvimento do sistema digestivo do pequeno, que ainda está imaturo. Com o tempo (em até um ano), ele progride e tudo fica bem.
Todo esse processo começa a ficar preocupante quando o bebê passa pelos sintomas do refluxo com frequência, prejudicando o seu bem-estar e, com o tempo, causando outros problemas.
Sintomas
Um refluxo gastroesofágico descomplicado (ou seja, fisiológico) provoca alguns episódios breves de regurgitação. Já os lactentes com a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) sofrem de vômitos, irritabilidade e dificuldades na alimentação.
Para saber identificar se seu pequeno está com algum desses quadros, atente-se para os seguintes sinais:
- Bebês com refluxo gastroesofágico possuem ganho de peso normal, pouca dificuldade para mamar, nenhum sintoma respiratório ou neurocomportamental significativo.
- Bebês com DRGE podem apresentar baixo ganho de peso, recusa alimentar, irritabilidade após as refeições, dificuldade ao engolir, vômitos frequentes, dor no peito e abdome, tosse, chiado ou rouquidão, asma, laringite recorrente, pneumonia, sinusite ou ainda inflamação do ouvido médio
Se você desconfia que a criança apresenta sintomas de DRGE, procure por orientação médica.
Diagnóstico
Normalmente, não é preciso submeter o pequeno a exames complicados para diagnosticar o refluxo, ou o DRGE. Apenas uma conversa com o pediatra, que fará uma série de perguntas sobre o bebê, já são suficientes para identificar um dos dois quadros.
Se o bebê está crescendo como esperado, parece saudável e satisfeito, algumas medidas paliativas serão tomadas e nenhum teste adicional é necessário. Porém, se os sintomas não melhorarem ou o quadro for mais grave, alguns exames podem ser solicitados.
O refluxo gastroesofágico tem cura?
A maioria dos casos de refluxo desaparece no primeiro ano do bebê e não requer tratamento. Porém, algumas medidas podem ser tomadas para amenizar a situação. São elas:
- reduzir o volume e/ou o aumentando o intervalo das refeições, evitando a superalimentação que pode ser a causa do desconforto e dos vômitos;
- se o pequeno toma fórmulas, procure aquelas que são anti regurgitação;
- coloque o bebê para arrotar após cada mamada e evite as trocas de fraldas logo após as mamadas;
- em bebês amamentados no peito, remover da alimentação da mãe fatores imunogênicos como leite de vaca, soja e ovos está indicado somente se a causa dos vômitos for a alergia alimentar ;
- colocar o bebê sempre de barriguinha para cima, principalmente na hora de dormir para reduzir o risco de síndrome da morte súbita infantil;
- manter o pequeno na posição vertical por pelo menos 30 minutos após as mamadas;
- elevar (cerca de 30º) a região dos trocadores e berço onde o nenê descansa a cabeça.
Além disso, quando diagnosticada a doença do refluxo gastroesofágico, o pediatra poderá prescrever medicamentos bloqueadores H2 (que reduzem o nível de acidez gástrica) e inibidores da bomba de prótons (como omeprazol, pantoprazol etc). Raramente indica-se tratamento cirúrgico.
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Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.