Os 12 pilares da alimentação infantil
Publicado em 10 de abril de 2019A alimentação, o sono, atividade física e o bem estar emocional são fatores que causam grande impacto na saúde de uma pessoa. A forma como nós escolhemos nos alimentar e como alimentamos nossos filhos pode ser decisiva para a nossa qualidade de vida e a longevidade.
Mais do que a escolha dos alimentos corretos, uma boa nutrição depende do comportamento de quem alimenta e é alimentado. Além disso, não existe uma única receita de sucesso. Cada família, em seu ambiente, tem costumes e necessidades diferentes. Um plano alimentar deve ser adaptado à realidade de cada criança e sua implantação depende fortemente do comportamento e postura dos adultos responsáveis.
Independente das escolhas individuais, existem alguns pontos fundamentais para se construir o hábito de uma alimentação saudável durante a infância e cultivá-lo por toda a vida. São eles:
1 – Cuide de você
“Os pais que se cuidam, cuidam melhor dos seus filhos”
Os pais precisam cuidar de si mesmos, ao mesmo tempo em que se preocupam com a família e os filhos. Fazem parte do autocuidado:
- alimentar-se bem;
- ter um sono de qualidade;
- fazer atividades físicas;
- administrar o estresse.
Os pais que se preocupam com a própria saúde têm muito mais facilidade de ensinar e cultivar hábitos saudáveis nos filhos. Além disso, crianças não seguem o que escutam os pais falarem para fazer, mas o que vêem no dia a dia de suas rotinas.
2 – Rodeie-se de pessoas que agregam e te ajudam
“Todos os envolvidos no cuidado com a criança devem seguir as mesmas diretrizes em relação à alimentação e hábitos de vida. Isso evita confusão e ansiedade.”
Os outros familiares e pessoas envolvidas no cuidado da criança devem seguir as diretrizes estabelecidas pela família. Se a mãe tem uma rotina durante a alimentação e na casa da avó nenhuma das regras é seguida, a criança fica confusa, ansiosa e mais propensa a recusar o alimento.
3 – Escolha quem você vai ouvir
“Nem tudo que lemos na internet é confiável. Cuidado com as fake news!”
Escolha um profissional de saúde bem preparado, em quem você acredite e cujas orientações está disposto a seguir. Informações online, principalmente sobre alimentação infantil, devem ser tratadas com cautela! Nem tudo que se lê em blogs ou nas redes sociais é verdadeiro e confiável.
4 – Na sua opinião: seu filho está magrinho, gordinho ou está bem assim?
“Aprenda a avaliar corretamente o estado nutricional do seu filho com a ajuda de um profissional.”
O profissional de saúde que cuida da criança é a melhor pessoa para avaliar se seu peso e altura estão normais. Existem curvas de crescimento para que essa avaliação seja feita de forma objetiva.
Na maioria das vezes, as mães de meninos acham que eles estão muito magrinhos e as de meninas que elas estão gordinhas! Esses rótulos são muito prejudiciais para as crianças que, desde cedo, começam a perceber as suas imagens corporais de forma distorcida.
5 – O que acontece se a criança ficar sem comer?
“Ninguém tem o mesmo apetite todos os dias.”
Em algumas ocasiões, a criança irá passar mais tempo entre uma refeição e a outra, sem ter fome. Esporadicamente, ficar um tempo maior sem se alimentar não é motivo para preocupação. Geralmente, a criança compensa na próxima refeição.
Uma criança de férias, por exemplo, não quer saber de comer, mas sim de brincar! Permitir maior liberdade de horários durante um período de tempo curto não irá arruinar todo o trabalho de estabelecer uma rotina de alimentação infantil saudável.
6 – Distração vai dar confusão!
“É importante criar o hábito da alimentação com atenção plena (mindfull eating).”
Hoje se estuda muito a nutrição comportamental e o “comer com atenção plena”. Esse hábito deve ser cultivado desde cedo.
Um bebê, nas suas primeiras sopinhas, vai comer, cuspir, brincar e se lambuzar. Provavelmente não irá comer a quantidade que a mãe espera que ele coma! Ligar a televisão ou o celular para que ela se distraia durante a alimentação é a pior opção possível.
Durante a infância, ocorre o treinamento de fome e saciedade, em que a criança aprende a perceber que está satisfeita e não precisa se alimentar mais. Sem isso, seu pequeno tende a crescer comendo sempre mais do que necessita, e com maior risco de se tornar obeso.
7 – Não estamos no restaurante
“A criança deve escolher o quanto comer. O que comer é decisão da família.”
A responsabilidade dos pais é selecionar o alimento, comprá-lo, escolher a forma de prepará-lo e quando ele será servido. O direito da criança é escolher o quanto comer, mas ela deve escolher apenas entre o que foi servido naquela refeição. Nada de comidas especiais para cada membro da família!
8 – Baixe a guarda na hora de comer, a refeição não precisa ser uma guerra
“Respeite a fome, saciedade da criança e suas preferências pessoais.”
O momento das refeições deve ser o mais prazeroso possível. Alimentação infantil é afeto e amor! A criança precisa construir boas lembranças relacionadas à alimentação. Ansiedade e pressa não combinam com o momento das refeições.
Obrigar o pequeno a comer uma quantidade maior do que a sua fome, a raspar o prato ou a ingerir um alimento do qual ele realmente não gosta, transformam a alimentação em uma guerra e aumentam o risco de problemas como: seletividade alimentar na infância, anorexia e bulimia na adolescência.
9 – Olhe para as suas reações durante as refeições do seu filho
“Dar comida a uma criança quando se está com medo, ansiedade ou pressa, é muito prejudicial à construção de um hábito alimentar saudável.”
Devemos nos preparar para alimentar uma criança, especialmente se ela for pequena. Nossos sentimentos são expressados em nossas feições! Ter medo que ela engasgue, que não coma tudo e que faça bagunça transmitem uma energia ruim e dificultam o processo alimentar.
10 – O tempo de refeição deve ser limitado, depois de se conhecer o ritmo de cada criança.
“Uma refeição prolongada não aumenta o número de colheradas, mas sim as emoções negativas.”
Refeições prolongadas não são recomendadas durante o processo de alimentação infantil. Geralmente, 20 a 30 minutos são suficientes para que a criança se alimente.
11 – Deixe a criança pedir os lanches
“Nem sempre a criança maior precisa lanchar entre as grandes refeições.”
Algumas crianças não têm apetite entre as refeições e não sentem necessidade de lanchar. Acima dos dois anos de idade, pode-se fornecer o lanche apenas se eles pedirem, sem preocupação com o número de horas de jejum.
Abaixo de 2 anos, a maioria das crianças necessita comer a cada 3 horas para garantir um aporte calórico ideal.
12 – Por fim, no intervalo entre as refeições, beber apenas água
“A água é a única bebida realmente necessária para a saúde.”
É comum que a criança pequena recuse inicialmente a água até se acostumar com ela. Não se deve trocá-la, em hipótese alguma, por bebidas adocicadas, sucos ou água de coco. Esses líquidos, principalmente quando introduzidos na alimentação infantil, aumentam muito o aporte calórico e o risco de obesidade na infância.
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Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.