Estilos parentais: qual deles é o seu?
Publicado em 25 de setembro de 2019Todos nós sabemos que não existe, exatamente, uma forma correta de educar os filhos. Porém, desde a década de 30, vários pesquisadores estudam diferentes tipos de estilos parentais, e os efeitos que estes exercem sobre as crianças.
A maioria destes foram estudados, classificados e descritos nos anos 60, por Diana Baumrind, psicóloga clínica americana. Ela, ao observar crianças em idades pré-escolares, descobriu que havia três padrões de criação entre os pais destas: o autoritativo, o autoritário e o permissivo.
Mais tarde, na década de 80, os psicólogos Eleanor Maccoby e John A. Martin desmembraram o estilo permissivo em dois: negligente e indulgente (que é o mesmo de permissivo). Com isso, passamos a ter 4 estilos parentais universais e sim, provavelmente você se inclui em um deles!
E aí, quer saber em qual deles você se enquadra? Basta renovar o café, ajeitar-se na poltrona e continuar conosco!
Os 4 tipos de estilos parentais
Seja o seu estilo parental comum às características dos 4 tipos a seguir, ou não, é importante saber uma coisa: a criação que você dá ao seu filho pode afetar tudo na vida dele, desde o peso até o que ele pensa sobre si mesmo e a forma como se relaciona com outras pessoas.
É importante, portanto, garantir que o seu tipo de educação esteja apoiado em crescimento e desenvolvimento saudáveis. O segredo é entender que ninguém é perfeito, e tudo bem. O importante é, a partir destes estilos, saber identificar seus erros e acertos e seguir em frente, buscando sempre pela excelência. Vamos lá?
1 – Autoritário
Você por acaso:
- acha que não precisa dar ouvidos às crianças, mas sim vigiá-las e discipliná-las?
- Estabelece regras que devem ser seguidas à risca pelos filhos, sem discussões?
- Preza pela obediência dos pequenos, sem levar em consideração o que eles estão sentindo, e acreditam na punição caso algo saia do combinado?
Se a resposta for “sim” para alguma dessas perguntas, pode ser que o seu estilo parental seja o autoritário.
Aqui, você acredita que os filhos devem seguir as regras sem exceção, e costuma responder aos questionamentos deles com o famoso “porque sim”, ou “porque eu mandei, oras”.
Seu interesse não está na negociação, mas sim na obediência. Por isso, a opinião do pequeno é pouco considerada. Além disso, você não costuma permitir que a criança enfrente as próprias batalhas sozinha. Afinal, no seu ponto de vista, ela ainda não está preparada para isso.
Pais autoritários podem, também, usar punições em vez de disciplina. Portanto, em vez de ensinar o filho a fazer as melhores escolhas, eles simplesmente as determinam por ele. E, caso eles não sigam esse “conselho”, recebem castigos por isso.
Como se comporta o filho de pais autoritários?
Crianças que crescem com pais autoritários tendem a seguir regras na maior parte do tempo. Porém, toda essa obediência tem o seu preço.
Pequenos que são criados nesse estilo parental correm um risco muito maior de desenvolverem problemas de autoestima. Afinal, suas opiniões não são valorizadas. Além disso, podem se tornar hostis e agressivos com o tempo.
Por fim, como os pais autoritários costumam ser rigorosos, seus filhos costumam se tornar bons mentirosos, e até mesmo compulsivos. Isso ocorre porque, ao longo da vida, eles aprendem a evitar as punições estabelecidas a todo custo, incluindo não dizer a verdade.
2 – Autoritativo
Você:
- esforça-se muito para criar e manter um relacionamento positivo com seu filho?
- Procura explicar as razões por trás de suas regras?
- Aplica essas regras e dá consequências caso elas não sejam cumpridas, mas leva em consideração os sentimentos do seu filho?
Se essas declarações lhe parecerem familiares, você pode ser um pai ou mãe autoritativo(a).
Entre os estilos parentais, é aqui que os pais estabelecem regras e consequências, porém, também escutam os filhos e validam seus sentimentos.
Pais autoritativos preferem investir tempo e energia na prevenção de problemas de comportamento antes mesmo deles começarem. Também usam de estratégias de disciplina positiva para reforçar a boa conduta de seus pequenos, com sistemas de diálogos, elogios e recompensas.
Como se comporta o filho de pais autoritativos?
Pesquisadores descobriram que crianças com pais autoritativos têm maior probabilidade de se tornarem adultos responsáveis que se sentem à vontade para expressar suas opiniões.
Além disso, eles tendem a ser bastante felizes, bem-sucedidos e bons em tomar decisões e avaliar os riscos por conta própria.
3 – Permissivo
Você costuma:
- definir regras, mas raramente aplicá-las?
- Não estabelecer e aplicar as consequências em casos de desobediência com muita frequência?
- Achar que seu filho aprenderá as coisas da vida melhor com pouca interferência sua e de seu (sua) parceiro(a)?
- Assumir o papel de amigo, ao invés de pai?
Bem, se tudo isso fizer sentido para você, talvez o seu estilo parental seja o permissivo.
Pais permissivos são indulgentes e geralmente só intervêm quando há um problema sério. Eles costumam perdoar birras e comportamentos ruins, e adota uma atitude de “isso é coisa de criança, já já passa”.
Quando eles estabelecem punições, costumam fazer com que elas não permaneçam por muito tempo, devolvendo os privilégios do pequeno caso ele implore ou faça da situação algo muito maior do que realmente é.
Como se comporta o filho de pais permissivos?
Crianças que crescem com pais permissivos são mais propensas a exibirem problemas comportamentais, pois não apreciam a autoridade e as regras, e são associadas ao famoso termo “mimadas”.
Além disso, costumam ter baixa auto-estima e podem relatar muita tristeza.
Por fim, elas também estão em maior risco de obterem problemas de saúde como obesidade, por exemplo. Afinal, os pais permissivos raramente lutam para limitar a ingestão de junk food dos seus pequenos.
4 – Negligente
- Você não pergunta a seu filho sobre a escola ou a lição de casa?
- Raramente sabe onde seu pequeno está, e com quem?
- Não passa muito tempo com ele?
Bem, se essas declarações não são novidade para você, talvez seu estilo parental seja o negligente.
Pais não envolvidos esperam que seus filhos se criem sozinhos. Eles não dedicam muito tempo, ou energia, para atender às necessidades básicas das crianças.
Vale ressaltar que, na maioria das vezes, essa atitude não é intencional. Pais que possuem problemas de saúde mental, abuso de drogas ou ainda que trabalham muito para sustentarem a família, por exemplo, podem não serem capazes de cuidar das necessidades físicas ou emocionais de uma criança de maneira consistente.
Como se comporta o filho de pais negligentes?
É provável que crianças com pais não envolvidos tenham problemas de auto-estima, e tenham um desempenho ruim na escola. Além disso, também podem exibir problemas frequentes de comportamento.
Enfim…
Às vezes, como já explicamos, os pais não se enquadram em apenas uma categoria. Portanto, não se desespere se houver momentos ou áreas em que você tende a ser mais permissivo, por exemplo, e outros em que sua conduta é mais autoritária.
Os estudos são claros, no entanto, as pessoas não, né? O melhor dos estilos parentais é claramente o autoritativo. Porém, existem situações na vida que exigem outros comportamentos e decisões. Isso sem falar na personalidade dos pequenos.
Por isso, acredite: criar um filho não é uma ciência exata. Porém, com dedicação e comprometimento em ser o melhor pai que você pode ser, é possível manter um relacionamento positivo com seu filho enquanto e, ainda por cima, estabelecer regras de maneira saudável.
Com o tempo, pode ter certeza de que seu filho colherá os benefícios de seu cuidado e preocupação em criá-lo bem.
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Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.