Obesidade na infância e na adolescência
Publicado em 15 de junho de 2016Atualmente, a obesidade infantil é um dos problemas mais graves de saúde pública, tanto na vida adulta, quanto na infância e na adolescência.
Os números não mentem
Para se ter ideia, devido ao crescimento acentuado de sua prevalência nas últimas décadas, ela é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma epidemia global. Além disso, crianças obesas frequentemente se tornam adolescentes e adultos obesos com sérios riscos para a saúde.
Dados do IBGE de 2002-2003 mostraram um aumento considerável na proporção dos adolescentes brasileiros com excesso de peso. Em 1974-75, estavam acima do peso 3,9% dos meninos e 7,5% das meninas entre 10 e 19 anos. Já em 2002-03, os percentuais encontrados foram 18,0% e 15,4%, respectivamente.
Mas… o que é, de fato, obesidade?
A obesidade pode ser conceituada como um acúmulo corporal de tecido adiposo, por um balanço energético positivo, geralmente devido à ingestão calórica excessiva, associada ao gasto insuficiente de energia.
Como saber se seu filho está obeso?
O cálculo do índice de massa corporal (IMC) oferece uma medida razoável para avaliação de obesidade em crianças e adolescentes.
Crianças e adolescentes com IMC superior ao percentil 95 para idade e sexo são classificadas como “obesas”. A categoria “sobrepeso” é reservada para aqueles com percentil de IMC entre 85 e 95.
Para o cálculo do IMC, deve-se dividir o peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em metro). Para a identificação de obesidade infantil, devem-se utilizar gráficos de IMC apropriados. Clique aqui para consultar os gráficos de IMC para idade e sexo desenvolvidos pela OMS.
Os perigos da obesidade infantil
A obesidade está fortemente associada à hipertensão arterial, dislipidemia, intolerância à glicose e marcadores de inflamação crônica. Tudo isso leva a um aumento de fatores de risco cardiovascular, piora da qualidade de vida e aumento do índice de mortalidade no adulto.
É de grande importância para prevenção da obesidade infantil promover um ambiente saudável, tanto domiciliar como escolar, com opções de recreação e psicologicamente propício à prática de atividades físicas.
Causas
Há evidências de que a obesidade infantil tem, muitas vezes, sua origem no ambiente intrauterino. Esse, quando adverso, com o consequente atraso do crescimento fetal, influencia o acúmulo posterior de gordura e, dessa forma, o desenvolvimento de complicações relacionadas à obesidade.
O rápido acúmulo de gordura, nos primeiros anos de vida (especialmente nos primeiros meses), está associado ao desenvolvimento da síndrome metabólica na idade adulta, que se caracteriza pela detecção concomitante de:
- adiposidade abdominal;
- dislipidemia;
- hipertensão arterial;
- intolerância à glicose.
Por outro lado, os filhos de mãe obesas (sem diabetes gestacional), classificados como grandes para a idade gestacional, também têm maior risco de obesidade futura e síndrome metabólica.
Ainda que raras, as causas endócrinas devem ser pesquisadas quando, além de obesidade, houver sinais clínicos sugestivos de algum distúrbio hormonal como: baixa estatura, fraqueza muscular, estrias violáceas, etc.
Em síntese, a obesidade infantil é o resultado final da influência de fatores ambientais e comportamentais em indivíduos geneticamente susceptíveis.
As mudanças na quantidade e na qualidade da alimentação, além da drástica redução da atividade física, são os principais fatores responsáveis pelo aumento da prevalência da obesidade em crianças e adolescentes nos últimos 35 anos.
Consequências
As consequências da obesidade infantil incluem:
- dislipidemia;
- hipertensão arterial;
- problemas ortopédicos;
- baixa autoestima;
- intolerância à glicose;
- início precoce do diabetes mellitus tipo 2.
Frequentemente, crianças e adolescentes obesos se tornam adultos obesos, com a manutenção dos riscos de doenças metabólicas e cardiovasculares.
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