Aleitamento materno: a influência da dieta da mãe nesse processo
Publicado em 7 de agosto de 2019O leite materno é, e sempre será, o melhor alimento para o bebê. Ele contém a quantidade ideal de nutrientes e o gosto perfeito para o paladar do pequeno.
Bebês amamentados no peito têm menos doenças infecciosas, mantém um peso saudável e apresentam um desenvolvimento cognitivo mais eficiente.
A dúvida é: o que influencia no aleitamento materno?
Fatores como a dieta da mãe, seu estado emocional e até a microbiota intestinal! Todos eles interferem na quantidade e na qualidade do leite materno e no sucesso da amamentação.
Vamos entender um pouco mais sobre isso?
A dieta da mãe e o leite materno
A composição e o gosto do leite materno variam de acordo com os alimentos consumidos pela mãe. Por isso, durante a gravidez e a amamentação, recomenda-se ter a melhor dieta possível!
Os principais nutrientes afetados pela alimentação materna são:
- Gordura: o tipo de gordura no leite corresponde ao ingerido pela mãe. Uma dieta rica em gorduras trans, péssimas para a saúde, gera um perfil de gordura semelhante no corpo do bebê. A lactente deve consumir gorduras saudáveis como as do azeite de oliva, abacate, linhaça e canola.
- Ômega 3: essencial para o desenvolvimento cerebral do bebê, o ômega 3 do tipo DHA está presente principalmente nos peixes de água salgada. Como a maioria dos adultos não consegue ingerir a quantidade necessária desse nutriente na alimentação, o DHA deve ser suplementado durante a gravidez e a lactação.
- Colina: importante para o desenvolvimento do cérebro e da visão, a colina está presente no ovo, feijão e lentilha. Toda gestante e lactante devem consumir, pelo menos, um ovo por dia, e bem cozido.
- Vitaminas e minerais: são supridos por uma dieta variada e rica em legumes, verduras e frutas.
O Ferro merece uma consideração especial: em gestantes com deficiência de ferro, as reservas desse mineral no bebê ficam diminuídas, aumentando o risco de deficiência no recém-nascido, especialmente no prematuro. Nesses casos, a suplementação está indicada.
Quanto à vitamina D, é importante que a mãe esteja dentro dos níveis recomendados durante a gravidez e a amamentação.
A vitamina B12 costuma estar deficiente em gestantes veganas e deve ser suplementada durante a gravidez e aleitamento, juntamente com o cálcio, ferro e a vitamina D.
Dieta recomendada
- consumir alimentos de verdade;
- incluir todos os grupos alimentares e variar os ingredientes diariamente;
- preparar os alimentos em casa;
- lavar bem as frutas e legumes;
- consumir uma quantidade equilibrada de leite, sem excessos;
- incluir ovos na dieta;
- investir em alimentos ricos em ômega 3 (salmão selvagem, sardinha, atum, truta e cavalinha);
- hidratar-se adequadamente.
O que evitar?
- alimentos crus;
- alimentos condimentados, ultraprocessados;
- sal e açúcar em excesso;
- cafeína em excesso;
- temperos fortes;
- dietas com restrição de carboidratos, glúten ou leite (exceto se houver intolerância);
- períodos prolongados de jejum (a lactante deve alimentar-se de 3 em 3 horas);
- bebidas alcoólicas;
- refrigerantes.
Alguns alimentos são considerados especiais, pois contêm uma alta densidade de nutrientes. São eles:
- amêndoa, nozes, castanha do Pará e castanha de caju;
- abacate;
- cevada, aveia, quinoa, arroz integral;
- feijão, lentilha, ervilha;
- pimentão;
- frutas vermelhas (amora, mirtilo, framboesa, morango);
- couve, repolho, couve flor, brócolis;
- mostarda, agrião, rúcula, rabanete, nabo;
- mamão e melão;
- frango, peru;
- ovos;
- carne de boi, porco, cordeiro;
- salmão, bacalhau, atum, camarão;
- cogumelos;
- sementes (linhaça, girassol, abóbora, gergelim);
- iogurte, kefir.
Cultivando o paladar infantil por meio do aleitamento materno
O sentido do paladar começa a ser formado com 16 semanas de gestação e evolui durante os primeiros anos de vida de acordo com as experiências sensoriais da criança.
O sabor do leite materno varia de acordo com a alimentação da mãe. É comum, por exemplo, que uma refeição rica em alho resulte em muita reclamação ou mesmo a recusa do bebê na próxima mamada!
O que a mãe come durante a gestação e no período da amamentação influenciam diretamente na formação do paladar do bebê. Se ele teve contato com vários tipos de alimentos até os seis meses, será muito mais fácil a introdução da alimentação complementar.
A microbiota intestinal do bebê
A microbiota intestinal do bebê começa a se formar durante a gestação. Após o nascimento, o ambiente e a dieta são os principais fatores que influenciam em seu desenvolvimento.
Com o passar do tempo, o bebê adquire uma microbiota mais variada, rica em microrganismos comensais e benéficos que conseguem impedir a proliferação dos patógenos (protozoários, bactérias e fungos nocivos à saúde).
O leite materno é, também, rico em pré e probióticos que contribuem para a saúde intestinal do bebê:
- Prebióticos: o leite materno contém um tipo de fibra alimentar chamada oligossacarídeo, que alimenta as bactérias intestinais saudáveis e atuam contra as infecções por microrganismos patogênicos. É considerado importante para a saúde do intestino e para o desenvolvimento do sistema imunológico e neurológico do bebê.
- Probióticos: microrganismos da microbiota intestinal da mãe são transferidos por meio do sangue até as mamas e ajudam a colonizar o intestino do bebê.
A alimentação da mãe durante a gravidez e a amamentação tem um papel fundamental na saúde de seu filho. O aleitamento materno é, sem dúvida, o melhor programador de saúde para o seu bebê!
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Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.