Cyberbullying: uma questão preocupante
Publicado em 30 de maio de 2019O cyberbullying é a versão online do bullying, conjunto de práticas de violência física e psicológica, limitado ao universo da internet.
Um pouco sobre bullying
O termo bullying provém de bully, que significa “valentão” em inglês. Sem tradução ainda no Brasil, podemos relacioná-lo ao assédio moral. Afinal, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto meninas.
Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.
É caracterizado por agressões diretas, como insultos e apelidos pejorativos, ou indiretas, como espalhar rumores e criar intrigas. Por definição, os envolvidos são jovens e a vítima é agredida repetidas vezes e por tempo prolongado.
Tipos de bullying
Abaixo, estão listadas as principais formas desta prática:
- Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos).
- Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima).
- Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar).
- Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar).
- Virtual ou ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas, como celulares, filmadoras, internet etc.)
Hoje, vamos falar sobre o Ciberbullying
Os avanços tecnológicos permitiram uma interação incrível entre as pessoas. Por meio de alguns cliques, é possível se comunicar com amigos do outro lado do mundo, mandar recados em tempo real e obter um tempo de resposta muito mais reduzido.
Porém, tal aspecto da modernidade também apresenta perigos, podendo ser extremamente nocivo à saúde dos usuários, principalmente quando estes são jovens. Acontece que a situação do Bullying se agrava ainda mais no meio digital. Afinal, um único ato pode ser compartilhado, multiplicado instantaneamente e perpetuado para um público quase ilimitado. Além disso, o anonimato proporcionado pela tecnologia torna difícil identificar o agressor.
Para a vítima, as consequências são devastadoras. Os indivíduos que se sentem intimidados, assediados ou ameaçados online sofrem os efeitos de tais comportamentos em muitos aspectos de suas vidas.
São exemplos de Ciberbullying:
- Posts, comentários, tweet ou mensagem de texto, com teor agressivo, cruel ou sarcástico direcionado a outra pessoa.
- Publicação e compartilhamento de fotos, vídeo e conteúdo de outras pessoas, sem a devida permissão, acrescidos de comentários irônicos ou pejorativos.
Quais as principais razões que levam os jovens a praticarem ciberbullying?
É muito importante que os pais e responsáveis pelos processos educacionais identifiquem com qual tipo de agressor estão lidando, uma vez que existem motivações diferentes:
- Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educacionais no contexto familiar.
- Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrealização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os modelos domésticos na sociedade.
- Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A violência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, circunstancial.
- E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém, a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia.
Como saber se seu filho está sofrendo bullying?
Quando ele acontece no meio cibernético, o jovem costuma:
- apresentar nervosismo ou constrangimento ao precisar usar a internet ou celular;
- não permitir que os pais tenham acesso a sua vida online;
- isolamento da família e amigos;
- baixo desempenho escolar;
- mudanças no humor e comportamento;
- perda de apetite;
- dificuldades para dormir;
- evitar usar o computador ou celular.
Já na escola, pergunte ao diretor ou professor responsável se ele apresenta os seguintes comportamentos:
- no intervalo, encontra-se isolado do grupo ou perto de algum adulto que possa protegê-lo;
- na sala de aula, possui postura retraída e se mostra comumente triste, deprimido ou aflito;
- mata aulas frequentemente;
- nos jogos ou atividades em grupo, é sempre o último a ser escolhido, ou é excluído;
- aos poucos, apresenta desinteresse pelas atividades e tarefas escolares;
- em casos mais graves, apresenta hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.
Em casa, observe se ele se encaixa nos seguintes padrões:
- frequentemente se queixa de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômitos, perda de apetite, insônia. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário da escola.
- apresenta mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva.
- geralmente não têm amigos (ou são poucos);
- existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar.
- passa a gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina, ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros.
- apresenta diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas.
Como lidar com um jovem que está sofrendo ciberbullying?
O diálogo é o melhor caminho. Uma criança vítima de cyberbullying precisa de apoio e compreensão. É importante que entenda que não é culpada pelas agressões e que isso acontece com muitas pessoas. Assegure-a de que vocês irão cuidar do problema juntos e elabore com ela um plano de ação.
Aí vão alguns passos importantes:
- oriente a criança a não responder às agressões;
- salve mensagens, fotos e vídeos, material que pode ser utilizado como prova do cyberbullying;
- leve o problema ao conhecimento da autoridade responsável (na escola ou outro local);
- bloqueie o agressor no celular, email e redes sociais;
- mantenha o computador em um local da casa onde outras pessoas sempre estão presentes;
- participe da vida virtual do seu filho;
- eduque seu filho sobre medidas de segurança online.
O diálogo é essencial para a conscientização dos jovens sobre os perigos existentes no mundo virtual. Muitas escolas têm projetos voltados para a segurança no ambiente virtual. Caso a de seu filho ainda não tenha desenvolvido atividades para este propósito, que tal sugerir algumas ao diretor?
Gostou do texto? Para ler mais conteúdos como este, é só ficar de olho em nosso Blog e redes sociais Facebook e Instagram!
Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.