Como lidar com a obesidade infantil?
Publicado em 22 de março de 2019A obesidade infantil é uma condição médica séria que afeta crianças e adolescentes. Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em parceria com a universidade britânica Imperial College, comprovou que, atualmente, o número de crianças e adolescentes afetados por essa condição aumentou em dez vezes desde a década de 70.
Só no Brasil, o Ministério da Saúde afirma que cerca de 33% das crianças entre 5 a 9 anos já apresentam sobrepeso. Se as estatísticas permanecerem dessa forma, a estimativa é que, em 2022, existam mais jovens obesos do que em peso normal no mundo inteiro.
Então, como evitar que seus filhos façam parte dessa estatística? Bem, o primeiro passo é entender tudo o que precisa sobre a obesidade infantil, e é para isso que estamos aqui. Vamos juntos?
O que significa obesidade?
A obesidade é uma condição associada à quantidade excessiva de gordura corporal. Ela pode ser definida por fatores genéticos e/ou ambientais difíceis de controlar por meio de uma dieta comum.
Por que a obesidade infantil merece atenção especial?
A obesidade infantil é um fator preocupante em nossa sociedade porque uma criança em sobrepeso apresenta, na maioria das vezes, uma predisposição a ter doenças consideradas “de adultos”. É o caso da Diabetes, pressão alta, colesterol alto etc.
Além disso, em função dos padrões sociais os quais nossa sociedade está inserida, elas ainda podem sofrer de baixa autoestima, depressão etc.
Uma das melhores estratégias para reduzir a obesidade infantil, então, é melhorar os hábitos alimentares e de exercício físico de toda a família. Porém, não se preocupe, já vamos falar mais sobre o assunto ao longo do texto. Antes, precisamos discutir alguns outros detalhes.
Como saber se sua criança sofre de sobrepeso?
A obesidade infantil é determinada pelo cálculo do índice de massa corporal (IMC) por idade.
Crianças e adolescentes com IMC superior ao percentil 95 para idade e sexo são classificadas como “obesas”. A categoria “sobrepeso” é reservada para aqueles com percentil de IMC entre 85 e 95.
Para o cálculo do IMC, deve-se dividir o peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em metro). Para a identificação das crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade, devem-se utilizar gráficos de IMC apropriados.
Para baixar os gráficos de IMC por idade em percentil desenvolvidos para meninos, basta clicar aqui. Para meninas, aqui.
Fatores de risco
A maioria dos casos de obesidade infantil é causada por uma rotina de ingestão calórica excessiva combinada à falta de exercícios físicos.
Porém, existem uma série de outros fatores que podem contribuir para o aumento das taxas de sobrepeso e obesidade na infância. São alguns deles:
Ambiental: o local onde a criança se encontra desempenha um papel importante na definição dos seus hábitos e percepções sobre a comida. A prevalência de comerciais de televisão e cardápios infantis que promovem alimentos não saudáveis, por exemplo, são grandes contribuintes.
Social: as tendências sociais, junto às inovações e maior acessibilidade ao mundo tecnológico, alteraram dramaticamente a forma como as crianças interagem entre elas e com o ambiente. Estas tendências incluem maior dependência de mídias eletrônicas para entretenimento e, consequentemente, menos brincadeiras ao ar livre e atividades que exijam movimento.
Hereditário e habitual: se a criança vem de uma família de pessoas com excesso de peso, ela pode estar mais propensa a engordar. Isso se torna ainda mais verdadeiro em um ambiente onde alimentos altamente calóricos estão sempre disponíveis e a atividade física não é incentivada.
Emocional: algumas crianças comem em excesso para lidar com problemas ou emoções como estresse, medo e tédio. Isso se confirma ainda mais quando seus pais apresentam hábitos semelhantes.
Econômico: pessoas que possuem recursos limitados costumam comprar alimentos de conveniência que não estragam rapidamente, como refeições congeladas, bolachas e biscoitos.
Complicações
A obesidade infantil pode causar complicações físicas, sociais e emocionais para a criança.
Físicas
- Diabetes;
- obesidade;
- dislipidemia infantil;
- problemas cardíacos;
- pressão alta;
- triglicerídeos e colesterol altos;
- aumento da gordura abdominal;
- apneia obstrutiva do sono;
- esteatose hepática (gordura no fígado);
- fraturas ósseas (crianças obesas são mais propensas a quebrar ossos do que crianças com peso normal).
Sociais e emocionais
- Baixa auto-estima;
- depressão.
Tratamentos
Tratar a obesidade infantil é um trabalho para toda a família. Afinal, ela é essencial para garantir que o gerenciamento de peso seja aplicado da forma correta.
É importante, também, conversar com um especialista sobre as melhores opções de tratamento para a criança. No geral, a maioria das soluções para a obesidade infantil incluem:
- Dieta apropriada: deve ser avaliada e aplicada por um profissional que, com base na idade e ambiente o qual a criança vive, saberá exatamente como deverá ser a nova rotina alimentar.
- Atividade física: é interessante que haja, pelo menos, uma hora de exercícios físicos por dia.
- Modificação comportamental: há várias formas de modificar o comportamento de crianças e adolescentes para que eles possam viver de forma saudável. São alguns deles: mudar hábitos alimentares, aumentar a atividade física, incentivá-los a aprender mais sobre o corpo e como nutri-lo adequadamente etc.
- Terapia: ajuda pacientes que apresentam quadros de ansiedade e depressão que possam estar associados à comida.
- Cirurgia: considerada apenas em casos extremos.
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Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Convite à Saúde.