Teste do pezinho para detecção do hipotireoidismo congênito
Publicado em 7 de janeiro de 2013O Hipotireoidismo congênito é causado pelo defeito da produção (baixa ou mesmo nula) dos hormônios tireoidianos. É considerado a causa mais comum de retardo mental evitável, já que hoje existem métodos simples de diagnóstico precoce e tratamento da doença.
A tireóide é uma glândula pequena, localizada na região anterior do pescoço. É responsável pela produção de hormônios considerados importantes e indispensáveis em todas as idades. Nas crianças pequenas, cujo metabolismo é acelerado e há um intenso desenvolvimento neurológico, a tireóide é fundamental para o crescimento físico e o desenvolvimento cerebral.
O exame laboratorial para a detecção do hipotireoidismo é fundamental, pois os sintomas clínicos podem não ser aparentes nas primeiras semanas de vida da criança. Muitas vezes, as mesmas manifestações clínicas ocorrem em outras doenças, o que dificulta o diagnóstico precoce e o início do tratamento necessário.
Há cerca de 30 anos, vários programas de triagem neonatal para o hipotireoidismo congênito têm sido desenvolvidos em todo o mundo. Assim, tornou-se possível realizar diagnóstico e tratamento precoces da doença, evitando sua principal e temível sequela: o retardo mental irreversível.
O diagnóstico do hipotireoidismo congênito é realizado pelo teste do pezinho, a partir de análise das amostras do sangue coletado nos recém-nascidos, no 5º dia após o nascimento. Cobrar o resultado do exame assim que disponível é tão importante quanto a coleta do sangue!
A prevalência do hipotireoidismo congênito é de aproximadamente 1:3.000 a 1:4.000 recém-nascidos triados.
O tratamento consiste na reposição diária do hormônio tireoidiano (levotiroxina). A dose é individualizada, sendo maior no recém-nascido e diminuindo progressivamente com a idade. Na maioria das vezes, aos 3 anos de idade, interrompe-se o tratamento, para a realização de exames etiológicos, que ajudam a definir o tipo e a causa do hipotireoidismo congênito.
O seguimento clínico-laboratorial dessas crianças é essencial e realizado por Endocrinologista Pediátrico. A primeira consulta deve ocorrer ainda no primeiro mês de vida, já que o diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento.
É de importância fundamental que seja garantida uma perfeita aderência ao tratamento, principalmente nos primeiros 3 anos de vida, para não haver comprometimento neurológico, decorrente de uma reposição hormonal irregular. O fato da criança estar se desenvolvendo bem, costuma sugerir aos familiares a possibilidade de interrupção do tratamento. No entanto, deve-se sempre reforçar a necessidade do uso regular do medicamento, o que garante o crescimento e desenvolvimento normais.