É dor de crescimento ou algo mais sério?
Publicado em 5 de janeiro de 2016EM ALGUM MOMENTO DA INFÂNCIA SEU FILHO PODE ACORDAR DURANTE A MADRUGADA E FALAR QUE AS PERNAS ESTÃO DOENDO MUITO.
A DOR DE CRESCIMENTO É UMA QUEIXA MUITO COMUM NO CONSULTÓRIO PEDIÁTRICO.
ESSE TERMO É UTILIZADO PARA DEFINIR UM GRUPO DE CRIANÇAS COM QUEIXA DE DOR NOS MEMBROS INFERIORES ESPORÁDICA E DE INTENSIDADE VARIÁVEL, GERALMENTE FUGAZ E RELACIONADA COM ATIVIDADE FÍSICA. ESSA DOR NÃO INTERFERE NO DIA A DIA DA FAMÍLIA.
CAUSAS :
A causa da dor de crescimento é desconhecida.
Não existe evidência científica que o crescimento ósseo cause dor.
A dor de crescimento é uma dor muscular e acontece mais frequentemente naqueles dias em que a criança teve um dia mais atlético, pulou, correu e escalou muito, exigindo mais da musculatura dos membros inferiores.
Estudos sugerem que as crianças com esse quadro são mais sensíveis a dor e podem apresentar dor abdominal e dor de cabeça concomitante com a dor nas pernas.
Existe também relação dessa dor com fatores emocionais. É comum aparecer em situação de crise própria da idade, por exemplo: nascimento de um irmão, ingresso na escola, mãe começando a trabalhar , etc.
SINTOMAS:
Os sintomas podem ser diferentes para cada criança, alguns manifestam dores leves, outros muito intensas.
Geralmente são dores musculares, em ambas as pernas , acometendo a parte anterior das coxas, panturrilhas e região posterior do joelho. As articulações (as juntas) não são acometidas. Não apresentam alterações locais como edema, vermelhidão, calor.
Acontecem mais no fim do dia e início da noite. Pode acordar a criança que está dormindo.
Essa dor desaparece pela manhã, não e diária pode voltar em período variável.
As crianças com esse quadro apresentam sempre um aspecto saudável.
A dor de crescimento não interfere nas atividades normais do dia a dia da criança e tão pouco nas práticas de esportes.
FATORES DE RISCO:
Acomete mais crianças entre 3 a 5 anos e 8 a 12 anos de idade.
Tem um predomínio em meninas.
As práticas de corridas, escaladas, atividades de pula- pula durante o dia podem favorecer o risco da dor no período noturno.
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico de dor de crescimento é feito após a exclusão de doenças orgânicas que necessitem de tratamento.
Se for a dor de crescimento, o profissional não vai encontrar nenhuma alteração no exame clínico.
Na maioria das vezes, não é pedido exame de sangue e nem raio X dos membros.
SINAIS DE ALERTA QUE NECESSITAM DE PESQUIZAR OUTRAS DOENÇAS:
- DOR EM APENAS 1 PERNA.
- DOR EM ARTICULAÇÕES (JUNTAS)
- FEBRE
- CLAUDICAÇÃO (MANCAR)
- TRAUMAS
- DOR QUE PERSISTE PELA MANHÃ
- DOR NAS COSTAS .
- DOR MUITO INTENSA QUE PREJUDICA AS ATIVIDADES NORMAIS DA
- CRIANÇA
- DOR ACOMPANHADA DE EDEMA, VERMELHIDÃO, FEBRE, CLAUDICAÇÃO, RASH NA PELE, PERDA DO APETITE, FADIGA OU PERDA DE PESO.
TRATAMENTO:
Não existe tratamento específico para esse quadro.
A dor pode durar meses ou até anos. Em muitos casos desaparece em pouco tempo.
MEDIDAS DE ALÍVO:
- MASSAGENS SIMPLES NO LOCAL.
- COMPRESSAS MAIS MORNAS.
- BANHOS MAIS QUENTES ANTES DE DORMIR.
- ALONGAMENTOS.
- NATAÇÃO.
- NA HORA DA CRISE, O CARINHO DOS PAIS ACALMA E PODE SER UM REMÉDIO MUITO EFICAZ.
MEDICAMENTOS:
O uso de analgésicos como o ibuprofeno ou paracetamol deve ser indicado pelo médico. Não usar medicamentos que contenham aspirina.
CONCLUSÕES:
- Os médicos não acreditam que o crescimento causa dor, mas a dor de crescimento desaparece quando a criança não cresce mais.
- A boa notícia é que a dor de crescimento não causa outros problemas e não afeta o crescimento.
- Toda criança deve ser acompanhada regularmente pelo pediatra. Às vezes, uma simples queixa pode contribuir para diagnosticar doenças que a cura depende da precocidade do diagnóstico e início mais rápido do tratamento.