Insulinas no Diabetes Mellitus tipo 1
Publicado em 15 de junho de 2016No diabetes mellitus tipo 1, é fundamental a compreensão do tratamento: como o pâncreas não produz insulina, e como este é um hormônio essencial à vida, o tratamento é necessariamente feito com sua reposição via subcutânea, através de seringas ou “canetas”. Não existem ainda preparações que possam ser absorvidas pela via oral. Em 2007, foi lançada uma preparação de insulina absorvida pela via inalatória, já retirada do mercado, após o fracasso de aceitação, elevado preço, além de suspeitas de doenças pulmonares, segundo recentes publicações científicas.
Para o controle adequado da doença, é necessário a aplicação de uma insulina de ação lenta, e de múltiplas doses de uma insulina de ação rápida (que controlará a glicemia após a refeição).
Principais tipos de Insulina:
Insulina de ação ultra-rápida: cristalina e transparente, sua ação se inicia em poucos minutos (5-15 minutos), atinge o pico em 30 minutos, período máximo de ação persistente até 2,5 horas e dura de 3 a 4 horas. Age de maneira mais semelhante à produzida pelo pâncreas normal.
Insulina NPH: É uma insulina de ação basal. Começa a agir cerca de 2 horas após a aplicação. É usada para controlar a glicemia nos períodos em que não estamos nos alimentando, como durante a madrugada, agindo também durante a alimentação. Para o controle de glicemia pós-prandial, deve ser associada à insulina de ação rápida ou ultra-rápida.
Insulina de ação prolongada: fabricada através de técnicas de engenharia genética, possuem uma duração em torno de 18 a 24 horas. São as insulinas mais modernas, tentando aproximar-se da insulina basal ideal. É importante observar que os tempos de duração e absorção aqui descritos são apenas aproximados. A absorção da insulina sempre depende de fatores individuais. O tamanho da dose é outro fator: quanto maior a dose, a duração da ação tende a ser maior, na teoria.
Para um controle adequado, deve-se individualizar cada tratamento. Não existe uma insulina perfeita para todos os pacientes. Procura-se adequar a rotina do diabético e suas individualidades aos horários de aplicação e tipos de insulina. Essa é uma decisão do médico, do paciente e, muitas vezes, há a participação da sua família, que deve ser inserida no contexto do tratamento (principalmente das crianças mais novas).
É indispensável a participação de um profissional educador em diabetes para o treinamento da técnica correta de preparo e aplicação de insulina, além das orientações quanto ao armazenamento das medicações, uso de glicosímetros, troca de agulhas, etc.
TIPOS DE PREPARAÇÕES DE INSULINA E PROPRIEDADES SUGERIDAS PELOS FABRICANTES | |||
Tipos de insulina | Início de ação (h) | Pico de ação (h) | Duração da ação (h) |
Análogos de ação ultra-rápida: – Aspart, Glulisina, Lispro |
0,15 – 0,35 | 1 – 3 | 3 – 5 |
Análogos de ação intermediária: – NPH |
0,5 – 1 | 2 – 4 | 5 – 8 |
Análogos de ação basal: – Glargina – Detemir |
2 – 4 1 – 2 |
Nenhum 6 – 12 |
18 – 24 20 – 24 |
Canetas aplicadoras
Essas seringas têm a mesma aparência de uma caneta. Na extremidade, dão lugar a uma pequena agulha descartável. E no lugar da carga de tinta, há uma carga de insulina. Elas são populares devido à conveniência e precisão de dosagem. Não é preciso se preocupar em encher seringas ou carregá-las quando se está distante de casa. No entanto, as insulinas aplicadas por canetas não poderão ser misturadas para uma aplicação única (por exemplo, na administração de insulina NPH + regular).