Transição alimentar
Publicado em 27 de junho de 2016Novos conhecimentos sobre a alimentação ideal de crianças menores de 2 anos tornaram ultrapassados muitos conceitos e recomendações que fizeram parte da prática.
O que evitar?
- Leite de vaca
- Estados Unidos: recomendam (quando a histórico familiar de alergia alimentar) evitar ovo, amendoim, nozes e peixe no primeiro ano de vida.
- Ovo deve ser dado antes da vacina de febre amarela e idealmente antes da vacina de influenza.
- Não oferecer mel no primeiro ano de vida (risco maior de botulismo)
- Não oferecer mingau no primeiro ano de vida (não acrescentar leite nas papas).
- Não adicionar cereais à mamadeira.
- Alimentos industrializados (refrigerantes, café e chás contendo xantinas, embutidos, dentre outros) durante os primeiros 2 anos de vida.
Qual a sequência de introdução dos novos alimentos?
- Suco de Frutas
- Papa de Frutas
- Papa de cereais
- Papa de legumes e raízes
- Papa de cereais com carne
- Introdução da gema do ovo (aos 8 meses e aos poucos)
- Papa de cereais, carne, legumes, verduras e gema de ovo
Obs: Entre sete e oito meses, respeitando-se a evolução da criança, deverá ser introduzida a segunda refeição de sal. Do 9º ao 11º mês gradativamente passar para a comida da família e no 12º mês idealmente, introduzir a comida da família.
Qual deve ser o cardápio básico de uma criança?
- Café da manhã: leite ou derivados (posteriormente cereais)
- Lanche da manhã: suco ou fruta
- Almoço: cereais, leguminosas, verduras, carne, fruta
- Lanche da tarde: fruta (dependendo do perfil são também permitidos: pão, leite ou derivados)
- Jantar: Igual o almoço
- Ceia: Leite ou derivados
Como montar a papinha? Qual a composição ideal?
- cereais e tubérculos (arroz, milho, macarrão, batata, mandioca, inhame, cará);
- leguminosas (feijão, soja, ervilha, lentilha, grão de bico;
- proteína animal (vaca, ovo, frango, porco, peixe ou vísceras, em especial, o fígado);
- hortaliças (verduras e legumes).
Óleo vegetal e sal devem ser usados em menor quantidade, assim como, deve-se evitar caldos e temperos industrializados.
Legumes: são vegetais cuja parte comestível não são folhas. Por exemplo: cenoura, beterraba, abóbora, chuchu, vagem, berinjela, pimentão.
Hortaliças: são vegetais cuja parte comestível são as folhas. Por exemplo: agrião, alface, taioba, espinafre, serralha, beldroega, acelga, almeirão.
Tubérculos: são caules curtos e grossos, ricos em carboidratos. Por exemplo: batata, mandioca, cará, inhame.
Qual a consistência?
- A papa deve ser amassada, sem peneirar, nem liquefazer (NÃO USAR LIQUIDIFICADOR)
- A carne não deve ser retirada, mas sim, picada e oferecida à criança.
- Assim que possível, os alimentos não precisam ser muito amassados, evitando-se, desta forma, a administração de alimentos muito diluídos para propiciar oferta calórica adequada.
- Considerações
- Recomenda-se que os alimentos sejam oferecidos separadamente, para que a criança identifique os vários sabores e, desta forma, aceite-os melhor posteriormente (8-10 meses).
- A exposição freqüente a um determinado alimento facilita a sua aceitação. Em média, são necessárias de 8 a 10 exposições ao alimento para que ele seja aceito pela criança.
- Deve-se estar atento para o grande aprendizado que esse momento de introdução de novos alimentos representa para o bebê. A maneira como será conduzida a mudança do regime de aleitamento materno para essa multiplicidade de opções, que ora se apresentam poderá determinar a curto, médio ou longo prazo, atitudes favoráveis ou não em relação ao hábito e comportamento alimentares.
- Nessa fase inicial, seguramente, manifestar-se-ão as predisposições genéticas como a preferência pelo sabor doce, a rejeição aos sabores azedos e amargos e uma certa indiferença pelo sabor salgado (ASPECTOS MUITO INDIVIDUAIS)
- O respeito ao tempo de adaptação aos novos alimentos, às preferências e aos volumes que desejam ser consumidos, permitirão a atuação dos mecanismos reguladores do apetite e saciedade. Estes devem ser praticados, desde a introdução, sob o risco de interferirmos negativamente na capacidade de auto-regulação da ingestão alimentar (O ÓBVIO: NÃO QUER MAIS – NÃO OFEREÇA MAIS).
- As evidências sugerem que, embora a ingestão em refeições individualizadas possa ser um tanto quanto irregular, o consumo energético em 24hs costuma ser adequado. Sendo assim, atitudes excessivamente controladoras e impositivas podem induzir ao hábito de consumir porções mais volumosas do que o necessário e à preferência por alimentos hipercalóricos. Esta condição é apontada como uma das causas preocupantes do aumento das taxas de obesidade infantil que se tem observado nos últimos anos, além de também ser uma das causas de inapetência na infância.
- A alimentação complementar, embora com horários mais regulares, deve inicialmente, seguir o modelo que vinha acontecendo no período do aleitamento materno, no sentido de continuar permitindo a atuação do mecanismo fisiológico da regulação da ingestão alimentar. Mantendo, assim, a percepção correta das sensações de fome e saciedade, característica imprescindível para a nutrição adequada, sem excessos ou carências.