Seu filho com 1 ano: muitos desafios
Publicado em 14 de junho de 2016Com 1 ano de idade, o seu filho acha que é “gente grande”. É preciso conhecer as peculiaridades desta fase, já que as mudanças comportamentais são evidentes e desafiadoras.
Abaixo, apresentamos como a criança vê seu mundo e as orientações necessárias relativas ao sono, comportamento e alimentação:
Meu sono:
- Não durmo mais tanto durante o dia.
- Acordo várias vezes durante a noite assustado, chorando muito e muitas vezes não abro os meus olhos, tenho muitos sonhos.
- Quero brincar até tarde e curtir todos da casa, assim, demoro para dormir.
- Sono parece que “dói”, por isso choro muito neste momento.
Orientações:
- Não deixar a criança dormir depois das 15 horas pois pode atrapalhar o sono noturno.
- Não fazer brincadeiras agitadas após as 18 horas.
- Manter a rotina diária e o ritual do sono (aquelas ações sequenciais que precedem o sono: banho, pijama, escovar os dentes, tom de voz, etc.)
- Jamais alimentar a criança quando despertar à noite, pois pode virar um vício de difícil controle.
- Deixar a criança adormecer no próprio berço. Ela pode até ir para a sua cama depois, mas, ao adormecer, deve ter a noção do seu espaço.
- Não pegar a criança no colo quando acordar de madrugada. O despertar noturno deve ser totalmente desinteressante para a criança.
Meu comportamento:
- Agora sou mais autônomo e testo a minha autonomia a todo momento. Esse comportamento é importante para o meu crescimento pessoal, é sinal que vou ser muito proativo e tomar minhas decisões mais independentes. Por isso faço muitas birras e as vezes sou cansativo.
- Não tenho muita paciência, principalmente em relação às brincadeiras. Agora, elas duram no máximo 5 minutos.
- Prefiro brincar com panelas, telefones celulares de verdade, controle de TV e agora estou adorando passar meus dedinhos no iPad.
- Gosto muito de jogar tudo no chão, pois esse movimento no sentido vertical me fascina.
- Não entendo ainda os castigos.
- Não gosto quando mudam muito minha rotina.
- Adoro ser abraçado e quando meus pais se sentam no chão comigo para brincar. Não ligo para brinquedos caros.
- Vou chorar mais do que o normal, mas essa minha “TPM” vai passar…
- Gosto muito de receber limites pois não sei muito bem o que devo fazer.
Orientações:
- Devemos tentar entender a criança com o olhar de criança. Não podemos cobrar das crianças um comportamento de adulto.
- Colocar limites desde cedo é um hábito muito saudável. O LIMITE É A BASE DA SEGURANÇA. A criança “pede” isso a todo instante.
- Reserve pelo menos 1 hora do dia para sentar no chão e brincar de verdade com o seu filho. Desligar o celular pode contribuir para que nada atrapalhe esse momento.
- Lembranças positivas ficam fortemente gravadas, contribuindo para que a criança se torne um adulto feliz.
- Lembre-se que os 2 primeiros anos de vida são importantíssimos para a formação da personalidade da criança.
Minha alimentação:
- Vou ganhar menos peso e crescer menos, pois meu metabolismo se reduz muito. Sendo assim, o meu apetite vai despencar…
- Pode ser que vou conseguir comer menos da metade da comida do prato e muito menos do que comia quando tinha 8 meses!
- Odeio experimentar comidas novas e, se meus pais me oferecem algo de uma maneira grosseira, fico nervoso e nunca vou querer comer.
- Para mim, comer é perda de tempo. Por favor, quero brincar e não tenho paciência para comer.
- Prefiro os alimentos mais adocicados. Por isso, cuidado quando me oferecem esses produtos, pois posso passar a aceitar apenas eles e não mais comer meus legumes e frutas.
- Vocês insistem tanto para eu aceitar os iorgutes e gelatinas e depois, quando só peço esses alimentos, vocês se desesperam. Fico sem entender essa atitude dos adultos.
- Adoro pegar os alimentos com a mão e fazer bagunça quando vou comê-los. Deixe-me em paz, afinal coloco tudo na boca… Pelo menos a comida você deve permitir!
- Na hora em que forem me oferecer as refeições, adoro também segurar uma colher e tentar comer sozinho. Nessas horas, prefiro pessoas calmas, que não me apressam.
- Adoro fazer parte da mesa; esse convívio durante as refeições é muito prazeroso, pois fico observando e tentando imitar o que meus pais estão comendo e como estão comendo.
Orientações:
- As refeições devem ser coloridas. O cardápio deve ser muito variado. A monotomia alimentar, nesse época, não contribui para a aceitação adequada dos alimentos.
- As porções devem ser pequenas. Na maioria das vezes, cada porção tem o tamanho da mão da criança fechada.
- Não forçar a criança a comer o prato todo. Devemos respeitar sua saciedade.
- O paladar ainda está em desenvolvimento, sendo assim, é prudente evitar os alimentos adocicados e muito salgados. NADA DE GULOSEIMAS!
- As crianças dessa idade podem engasgar com pipocas, amendoins, balas, etc.
- A duração média de uma refeição deve ser de 20 minutos – mais do que isso, fica cansativo para as crianças, que ficarão irritadas e começarão a odiar esses momentos.
- Não podemos substituir almoço por mamadeiras somente porque a criança comeu pouco ou não comeu. O excesso de leite nesse período leva à perda de paladar para outros alimentos e também diminui muito o apetite do seu filho, além de contribuir para anemia.
- Use e abuse da criatividade na montagem dos pratos. É válido montar carinhas diferentes nos pratos, montar figuras como palhaços e vulcões com os alimentos.
- Precisamos insistir com a oferta de água nos intervalos e não substituí-la a todo momento por sucos e água de côco.
- Podemos iniciar a introdução de alimentos integrais.
- A criança tem uma rejeição natural a novos alimentos, a que chamamos neofobia alimentar. Para melhorar esse comportamento, devemos oferecer o alimento rejeitado várias vezes, mudando o preparo e em momentos diferentes, sem forçá-las.
É muito difícil criar um bom hábito alimentar nesse período, mas é preciso. Além de ser muito saudável, vai durar para o resto de suas vidas.
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Categorias: Pediatria geral