Quando uma criança pode ser chamada de hiperativa?

O termo hiperatividade se popularizou tanto que qualquer criança mais agitada é facilmente rotulada de hiperativa. Hiperatividade significa excesso de atividade, não necessariamente um transtorno.

Realmente algumas crianças são mais agitadas que as outras, mas a questão de ser normal ou não depende também da disposição dos pais e cuidadores para acompanhar o excesso de energia delas. Eles reclamam que a criança não dorme, mas na maioria das vezes ela não dorme o tanto que os pais gostariam. Especialmente ao adquirir marcha independente, a criança entra numa fase em que deseja explorar o mundo e se frustra diante da impossibilidade de fazer isso. Aliás, nesta fase da vida são comuns as birras. Deve-se então permitir que a criança brinque e gaste toda sua energia, tomando-se os devidos cuidados para evitar acidentes e impor limites.

Alguns dados sugestivos do Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) já podem estar presentes bem cedo, como o excesso de movimentação intra-utero, distúrbios de sono, irritabilidade acentuada diante de situações rotineiras como tomar banho, escovar os dentes, comportamento audacioso ou agressivo, impaciência, etc. Entretanto é importante ressaltar que os comportamentos descritos no TDAH, embora inadequados, são aceitáveis em determinada faixa etária. O diagnóstico só poderá ser confirmado se os sinais e sintomas persistirem até uma idade em que não são mais esperados, trazendo nítidos prejuízos na esfera social e no rendimento escolar. Os sintomas de hiperatividade e impulsividade podem diminuir com a idade e assim predominar os sintomas de desatenção.

Infelizmente, não existe nenhum exame rotineiro que confirme o diagnóstico de TDAH, o diagnóstico é puramente clínico baseado nos critérios diagnósticos definidos pelo DSM-IV. Não basta preencher questionários e apresentar todos os sintomas comumente listados, os sintomas precisam trazer algum prejuízo para a criança (não apenas para os pais e professores) e não podem ser explicados por nenhum outro transtorno mental ou do desenvolvimento. O diagnóstico definitivo e o tipo de tratamento, considerando-se os riscos e benefícios de uma medicação controlada, só podem ser definidos pelo médico.

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