Há como se prever a estatura dos filhos?

Uma das perguntas mais realizadas pelos pais no consultório é sobre a estatura final dos filhos. “Qual a altura que meu filho terá na vida adulta?! Ele está crescendo bem?”

Respondendo à primeira pergunta: sim, há como se fazer algumas previsões, ainda que não exatas (como a maioria dos pais gostaria!). O cálculo é simples e leva em consideração apenas as estaturas dos pais.

Realiza-se primeiro o cálculo da média da estatura dos pais. Por exemplo: se o pai tem 175 cm e a mãe tem 168 cm, tem-se: 175 + 168 / 2 = 171,5.

Para os meninos, somam-se 6,5 à média calculada = 178 cm.

Para as meninas, subtraem-se 6,5 da média calculada = 165 cm.

Para se chegar nesse valor, a chamada “estatura-alvo”, o crescimento dependerá da influência genética e dos fatores ambientais, os quais podem desempenhar papéis decisivos nesse processo.

Por exemplo: é pouco provável que uma criança que enfrentou uma doença grave durante tempo prolongado terá a estatura prevista com base nesse cálculo, ainda que possa ter uma altura normal.

De forma contrária, a boa nutrição, as melhorias sanitárias (com menor número de doenças em circulação), a ampla cobertura vacinal,  entre outros fatores, têm contribuído para o “ganho secular” de estatura, em especial nos países em desenvolvimento. Sendo assim, a cada geração, alguns centímetros têm sido somados à estatura calculada. Por essa razão, é verdadeira a impressão que temos que somos maiores que nossos pais e que nossos filhos provavelmente serão maiores que a geração de pais atual.

Uma forma complementar para a estimativa de altura final é através da realização da “idade óssea”,  um exame radiológico (radiografia da mão e punho), que nos ajuda a avaliar o grau de amadurecimento dos ossos.

A partir da idade óssea, pode-se ter uma melhor ideia do tempo que ainda resta para uma criança ou adolescente crescerem. A maturação esquelética pode ser diferente da idade cronológica, nem sempre representando um problema de saúde.

Quanto à avaliação do crescimento, primeiramente, deve-se entender que o processo de crescimento é dinâmico e que idealmente requer um tempo de acompanhamento, seja pelo Pediatra ou pelo próprio Endocrinologista Pediátrico. Esse acompanhamento pode ser ilustrado nos gráficos de crescimento, ferramentas muito úteis nessa avaliação, já que permitem a visualização das variações da estatura, geralmente os dados mais importantes na avaliação de um provável distúrbio. As grandes variações do crescimento, tanto para mais, quanto para menos, devem ser investigadas, pois podem representar algum problema de saúde.

Embora existam tais ferramentas para se estimar a estatura final das crianças e adolescentes, nenhum método é 100% confiável. A opinião de um especialista geralmente leva em consideração outros fatores, como as variáveis ambientais, tratamentos que possam influenciar o crescimento, o exame clínico e também exames laboratoriais e radiológicos. Dessa forma, o acompanhamento Pediátrico (e se necessário, do Endocrinologista Pediátrico), é essencial para a avaliação do crescimento e do desenvolvimento sexual.

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