Teste do pezinho para detecção do hipotireoidismo congênito

O Hipotireoidismo Congênito é causado pelo defeito da produção (baixa ou mesmo nula) dos hormônios tireoidianos. Como há métodos de diagnóstico precoce e tratamento da doença, é considerado a causa mais comum de retardo mental evitável.

A tireóide é uma glândula pequena, localizada na região anterior do pescoço. É responsável pela produção de hormônios considerados importantes e indispensáveis em todas as idades. Nas crianças pequenas, cujo metabolismo é acelerado e há um intenso desenvolvimento neurológico, a tireóide é fundamental para o crescimento físico e o desenvolvimento do cérebro e da inteligência.

O exame laboratorial para a detecção do hipotireoidismo é fundamental, pois os sintomas clínicos podem não ser aparentes nas primeiras semanas de vida da criança. Muitas vezes, as mesmas manifestações clínicas ocorrem em outras doenças, o que dificulta o diagnóstico precoce e o início do tratamento necessário.

Há cerca de 30 anos, vários programas de triagem neonatal para o hipotireoidismo congênito tem sido desenvolvidos em todo o mundo. Assim, tornou-se possível realizar diagnóstico e tratamento precoces da doença, evitando sua principal e temível sequela: o retardo mental irreversível.

O diagnóstico do hipotireoidismo congênito é realizado pelo teste do pezinho, pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico, da Faculdade de Medicina – UFMG, ou por laboratórios particulares, a partir de análise das amostras do sangue coletado nos recém-nascidos em Minas Gerais no 5º dia após o nascimento.

A prevalência do hipotireoidismo congênito é de aproximadamente 1:3.000 a 1:4.000 recém-nascidos triados.

O acompanhamento e tratamento são gratuitos e garantidos a todas as crianças diagnosticadas durante todo o período necessário. O tratamento consiste na reposição diária do hormônio tireoidiano (levo-tiroxina). A dose é individualizada, sendo maior no recém-nascido e diminuindo progressivamente com a idade. Na maioria das vezes, aos 3 anos de idade, interrompe-se o tratamento, para a realização de exames etiológicos, que ajudam a definir o tipo e a causa do hipotireoidismo congênito.

O seguimento clínico-laboratorial dessas crianças é essencial e realizado por Endocrinologista Pediátrico. Geralmente, a primeira consulta ocorre ainda no primeiro mês de vida. Após o início do tratamento, as avaliações ocorrem a cada três meses nos primeiros 03 anos de vida e a cada seis meses nos anos subseqüentes.

É de importância fundamental que seja garantida uma perfeita aderência ao tratamento, principalmente nos primeiros 3 anos de vida, para não haver comprometimento neurológico, decorrente de uma reposição hormonal irregular. O fato da criança estar se desenvolvendo bem, costuma sugerir aos familiares a possibilidade de interrupção do tratamento. Para que isso não ocorra, a equipe multiprofissional deve estar sempre atenta, reforçando a necessidade do tratamento regular, contínuo, sem esquecimentos, que é exatamente o que garante o crescimento e desenvolvimento normais.

Gostou? Deixe seu like!